segunda-feira, 3 de setembro de 2012

----------- PAZ, SÓ NO OLIMPO ECOA ------------


 PAZ, SÓ NO OLIMPO ECOA



Amigos, no regresso de férias, fujamos da propaganda das taxas, do ruído dos milhões e guardemos alguns momentos para repouso espiritual. Imitemos os Deuses que no Olimpo se refugiam, ignorando o mau cheiro da pérfida bancariada e da vil e mentirosa assessoria da inumana finançaria.


A musicalidade, o pensamento ou mesmo a fantasia de um poema, pode proporcionar relaxamento no final de um dia extenuante.

Traçam, no seu espaço,
uma sonata em sol e azul
suavemente pautada do dó ao ré,
sulcando o vento com seu instrumento de brancas plumas
e o momento, em notas sem rasto vai,
a música não escrita vem,
baladas desenhadas sobre bátegas de espumas
são como pombas “voando” sobre as águas
sem raminhos de oliveiras
propondo, da azáfama, momentos de tréguas.





Quando, meditando, estou ausente,
no espaço animado que me envolve
não necessito do caminho.
Tudo está em paz com tudo
tudo flutua num mar de vapor
que vento e maresia, das águas expulsam.
Nascem cenas em palco incolor
e nesse diálogo, a mudez e o verso resultam
em processo criativo, revelador.



E quando não há caminho que marque
a ordem seguidora,
as aves voam livres, lentas,
imitando as ondas suaves
como em mar alto, pacífico.
Então a fantasia sai, esvoaça nesse etéreo gasoso.
Subamos até onde a liberdade ande à solta.
Deixemos a superfície onde ribomba a tormenta,
nada no Olimpo ecoa,
porque além, de todo o pérfido de um Hádes lodoso.
O anúncio de paz no mundo soa,
sem prenúncio, de tudo o que aí vem.

Regressemos então à selva noticiosa
mas deixemos a televisão em trevas
escutemos em harmonia, luminosa,
o reequilíbrio da mente, mais poderosa.

28/8/2012

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

-------------OS BANHOS DE CRISE-------------


CRISE VAI À PRAIA



Lá vai mais um Verão de ilusões
para onde o pensamento flutua
deslizam desejos, sensações
até ao fundo da carteira nua.


Os meses vão custando a passar
a bolsa cada vez mais pequena
é um suplício só de pensar
que a minha tez não será morena.


Inveja que o Sol achocolate
as formas esbeltas da vizinha
nem que esse sacrifício me mate
não deslumbrará a rua sozinha.


Sol a beija, deitada na cama
sobre grãos de rocha desfeita
será mais a ilusão que fama
essa beleza de Agosto feita.


Um hotel, uma pensão ou uma tenda
condição de uma qualquer catraia
o que menos importa é a renda
biquini toma lugar da saia.

8/8/2012

sábado, 7 de julho de 2012

-------------O PORTUGAL QUE TEMOS-------------------


 TRISTE INDEPENDÊNCIA


Era Portugal, mas livre já não existe
no decreto é região, bispada ordem
para os seus ilusão ainda persiste
todos longe da oculta e velha manha
de séculos falsa egregora escondem
sempre um tal decreto a tudo resiste
maldita paz apregoada e estranha.

Décimo sexto começou há cinco
Século de vitoria e maldição
trabalhou a brava gente com afinco
para quem fortuna lhe vem do céu
e assim todo o credo em contradição
era desde o romano hoje luso extinto
saiu da terra logo empalideceu.

Pobres escravos os deste Ocidente
julgaram Vinte e Um a liberdade
mas do outro lado invadem o presente
com a barca opada de financeira
como pandora oculta austeridade
por todo o lado todo o santo mente
rica a história abismo de lixeira.

7/7/2012

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

-----------QUANDO O MEL AMARGA------------

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Portugal é um cortiço
Onde os favos escasseiam
Obreiras por eles guerreiam
E o pólen é desperdício.
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Há sempre boas vontades
Apregoadas à entrada
Mas força não declarada
Contraria as veleidades.
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Vigor das obreiras, murcha
Mestra no lugar de Deus
Absorve os esforços seus
E o mel para fora puxa.
.
Se há flores há trabalhos
Juntas recolhem o pólen
Mas poucas, o seu mel comem
Para obreiras, só bugalhos.
.
Nosso esforço mal empregue
Dizem as obedientes
Para aquela que as faz crentes
Vá ao diabo que a carregue.
.
1/2/2012.