quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

----------- NO PÓS NATAL -----------

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   NO PÓS NATAL
REGRESSO À REALIDADE


                             Versos políticos também rimam
                                       são críticos, onde se depreende,
                                       se tudo revelam logo ensinam,
                                       nos casos que povo não entende.



Nortada, raça que Europa pariu
deixa em casa a liberdade
quando vem revisitar a mãe
logo a própria velou, e mentiu.
Na volta rouba até à saciedade
ironia, sente-se forte porque de cá fugiu
bolsos cheios da soberana moeda
juntou-se no saque aos santinhos
não lhe pesa nos bolsos, nossa perda,
e assim somos todos, coelhinhos.


Deutsch, parceiros de circunstância
do século vinte esquecidos
deitam-nos às pastagens como carneiros
na mediática conjuntura, a ignorância,
amestrados dezedores, os mais lidos,
sem moralidade, sem valores, rígidos,
sem um raio-que-os-partisse
é do que menos o povo entende
escondidos, no diz-que-disse,
vale a mentira que muito vende.



Pastores apregoam esperança
como se natais de fome
fossem a necessidade prometida,
estranha forma de aliança.
Sempre a história que a todos consome.
Se da resignação viesse a abastança
vinha a área de rebanho acrescida.
Greve, façam, façam, atrás da cortina,
na mira de holofotes viram a cartilha
já sabemos como é, de antanho, a vida.


Não é nas ruas, dizem, que se deve
contestar a fome que espreita.
Perturbações no adro, sem medo,
verdade? Mas não se escreve!
Sim, sim, mas não aceita
reveladoras frases letais, em série.
As alucinações distorcem o ego
a festa já não é dos pequeninos
sem rumo todo o povo é cego
na velada tristeza dos nataizinhos.


Venera a finança, quem dela vive
enche o bolso sem parcimónia
faz eco da esperança, sem a sentir
não há quem a pedra lhe atire
usa como chapéu sua justiça própria
é vigiado enquanto respira
onde a forte moeda é livre a ganância elege.
É a lei da carteira eletrónica
com inteira confiança, roubo protege,
em desprezo por quantia módica.


Muitos zeros nos registos do dono,
desconhecido? O que lhe interessa?
A sua produção são números
o labrego, não tem noção de como
a velocidade informática , apressa
em lamentos se revê no tal divino
famílias com ração, entre muros,
ó nossa senhora dos aflitos
avisa os natais que vêm duros
não pacotes de surdez perante os gritos.


Olhos procuram o chão, estáticos,
e num assomo que todo o mundo lê
dois mil e treze, Nível de Vida em cacos
sim, tem de aceitar mas não crê
tropeça-se em todos os buracos
conta e reconta em tudo o que consome
já nem teme que venha a morte
no voluntariado ameniza a fome
e sobreleva a natalícia sorte.


Culpem-nos a nós próprios, ó raça
das safadezas, do jogo viciado
como jamais nos deixam ser o que quisermos
desçam do Norte e Oeste, roubem toda a praça
destruam tudo o que é Estado
como vossas baforadas calam a desgraça
a doença milenar é crónica.
Se a tal raça e presbítero casaram
continuaremos, sempre em ano de pneumónica,
foram entrando, e jamais nos deixaram.

Portugueses, ainda não entenderam
que seu Sol de inverno, é de oiro.
Entregam-no a outras regiões
com0o não se revissem onde nasceram
por isso se submetem com medo do estoiro
que ameaça os que muito gastaram.
Mas, no pós Natal virá o regresso à realidade,
vão sentir como são caminhos errantes,
saber como são as ruas da Verdade
e, se devemos ou não, dar Passos como dantes.


                                      O Natal, enfim, já passou
                                      todos do que têm, deram,
                                     e como o que tinham voou
                                     outro menos pobre esperam.

29/12/2012.