segunda-feira, 27 de abril de 2009

VOANDO COM TEU ESPÍRITO

.
No vazio dos meus tormentos
meditava, meditava ...
.
E enquanto alto voava
inventava, inventava ...
.
E no silêncio que me adormecia
sonhava, sonhava ...
.
E quando os ventos me não guiavam
ondulava, ondulava ...
.
E enquanto tua voz não surgia
escutava, escutava ...
.
E quando na onda me apareceste, calma
regressava, regressava ...
.
E no espaço limitado da tua áurea
acordava, acordava ...
.
E o sonho tornou-se luz, depois
sorria, sorria ...
.

sábado, 4 de abril de 2009

O BERÇO DE LISBOA

.

Monte, de pedra cercado

Onde Lisboa foi parida

Vagas de gentio chegado

Por séculos deu guarida.

.

Com seu raiar iluminou

Corvo trajado de nojo

No seu castelo poisou

Encantado pelo Tejo.

.

Por becos e vielas amada

Os amores de tanta gente

Por marujos cortejada

Às raças indiferente.

.

Virada a Sul, sempre bela

Brilha no Tejo a corrente

Aí gerou a caravela

Pousada de São Vicente.

.

Da muralha junto ao céu

Vê mar da palha ao longe

Colo onde Lisboa nasceu

Graça que lhe deu São Jorge.

.

Não se esconde por um beijo

Nem esquece de quem gosta

Nunca perde tal desejo

A olhar o Tejo da encosta.

.

Das ameias se debruçou

Por Alfama foi descendo

Nos bares então sonhou

Seu castelo foi deixando.

.

Às colinas se lançou

Daí foi para todo o lado

Em sete luas espalhou

À noite cantando o fado.

.

J. Faustino, Março de 2003.