PAZ, SÓ NO OLIMPO ECOA
Amigos, no regresso de férias, fujamos da propaganda das taxas,
do ruído dos milhões e guardemos alguns momentos para repouso
espiritual. Imitemos os Deuses que no Olimpo se refugiam,
ignorando o mau cheiro da pérfida bancariada e da vil e mentirosa
assessoria da inumana finançaria.
A musicalidade, o pensamento ou mesmo a fantasia de um poema, pode
proporcionar relaxamento no final de um dia extenuante.
Traçam, no seu espaço,
uma sonata em sol e azul
suavemente pautada do dó
ao ré,
sulcando o vento com seu
instrumento de brancas plumas
e o momento, em notas sem
rasto vai,
a música não escrita
vem,
baladas desenhadas sobre
bátegas de espumas
são como pombas “voando”
sobre as águas
sem raminhos de oliveiras
propondo, da azáfama,
momentos de tréguas.
Quando, meditando, estou ausente,
no espaço animado que me envolve
não necessito do caminho.
Tudo está em paz com tudo
tudo flutua num mar de vapor
que vento e maresia, das águas expulsam.
Nascem cenas em palco incolor
e nesse diálogo, a mudez e o verso resultam
em processo criativo, revelador.
E quando não há caminho que marque
a ordem seguidora,
as aves voam livres, lentas,
imitando as ondas suaves
como em mar alto, pacífico.
Então a fantasia sai, esvoaça nesse etéreo gasoso.
Subamos até onde a liberdade ande à solta.
Deixemos a superfície onde ribomba a tormenta,
nada no Olimpo ecoa,
porque além, de todo o pérfido de um Hádes lodoso.
O anúncio de paz no mundo soa,
sem prenúncio, de tudo o que aí vem.
Regressemos então à selva noticiosa
mas deixemos a televisão em trevas
escutemos em harmonia, luminosa,
o reequilíbrio da mente, mais poderosa.