O cântico das pétalas
Desfolhei umas pétalas
vermelhas como sangue
sobre pano branco e elas
sugeriram o teu nome.
Cores vermelha e branca
anunciavam tempo quente
dando voz a quem canta
aquilo que tem em mente.
O tempo ouviu, ouviu
A Primavera se abria
o cântico fluiu, fluiu
Bradando todo o dia.
Óh vermelho de veludo
símbolo de lendas amadas
brilham olhos brilha tudo
brilham as faces rosadas.
As pétalas ali espalmadas
escrita como em papel
emitiam canções faladas
como se a voz fosse real.
Então a minha “cantoteca”
baú da minha memória
formou-se em videoteca
cantando à tua glória.
As pétalas assim disseram
guarda as tuas recordações
lembra que elas revelaram
as cores das tuas paixões.
E a canção à rua saiu
com o romance aliado
foi um amor que se abriu
trauteando o meu fado.
17/4/2020.
José Faustino